sexta-feira, 29 de junho de 2007

Carta a Aischylos

IV

Eu não demoli os meus ideais e muito menos estou gozando da insanidade। Não construí templos nos terrenos da moral, pois não me interesso em dar-te alicerce. Quero somente gozar os meus instintos adormecidos. Carrego sim em mim o escrúpulo, como todos o carregam, mas confesso a ti, meu amigo, que ele não é bem vindo! Sou a favor da liberdade do espírito. Sejamos por obrigação seres autênticos, e não essas marionetes governadas e condenadas pelas leis nascidas de seus podres ventres. Entendo, Aischylos, que por instinto de conservação tu te entregas à dança dos seres fugazes, leves e falsos. Este não é um ensaio anárquico de mais um rebelde. São apenas algumas provas de minha exclusividade neste tempo onde a maioria segue as tendências da moda detratorial. Por favor, dá-me o teu conceito do que é viver, fundamenta todo o teu pensar à causa e me diz, o que tu representas neste exato momento. Este não é um discurso de ira, não pretendo cortar nenhum tipo de laço, apenas estou sendo claro ao apresentar alguns dos meus ideais. Como disseste, além de amigos somos irmãos. Sobre Lohraine, eu te respondo: assim como a Charlotte, ela também será lembrada pois suas marcas permanecem tatuadas em minha mente. Estou indo a Paris em julho e espero te encontrar por lá pois haverá um congresso mundial de arte e literatura que, tenho certeza, ser-te-á bastante útil, tanto pra ti quanto pra mim. Estarei assinando a arquitetura do evento com mais 3 profissionais, e quero o teu parecer sobre o meu trabalho, ficarei bastante grato com a tua presença. Desde já me despeço de ti com saudoso respeito, espero que tenhamos nos entendido. Au revoir.

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